A Convenção de Hartford, realizada de 15 de dezembro de 1814 a 5 de janeiro de 1815, em Hartford, Connecticut, foi um evento crítico envolvendo os federalistas da Nova Inglaterra que se reuniram para expressar sua insatisfação com a Guerra de 1812 e as políticas do governo republicano-democrata. Esta reunião sublinhou o descontentamento regional particularmente prevalecente entre o Partido Federalista, cuja base de poder estava em grande parte na Nova Inglaterra.
Durante a convenção, os delegados federalistas propuseram várias alterações constitucionais destinadas a reduzir o poder político dos estados do sul e do oeste. Estas propostas incluíam a eliminação do Compromisso dos Três Quintos, que deu aos estados do sul maior representação no Congresso, e a imposição de um requisito de maioria de dois terços no Congresso para a admissão de novos estados, declarações de guerra e legislação que imponha embargos ou restrinja troca. Essas mudanças foram em grande parte motivadas por queixas sobre a compra da Louisiana e o embargo de 1807, que os federalistas consideraram prejudiciais aos interesses comerciais da Nova Inglaterra.
O momento da convenção revelou-se particularmente infeliz para os federalistas. Pouco depois de sua conclusão, a notícia da vitória decisiva do major-general Andrew Jackson na Batalha de Nova Orleans chegou ao Nordeste. Este sucesso militar elevou o moral nacional e tornou as queixas e procedimentos da Convenção de Hartford fora de sintonia com o fervor patriótico prevalecente.
O resultado e a percepção pública da Convenção de Hartford mancharam significativamente a reputação do Partido Federalista. As acusações de deslealdade e o espectro da secessão — apesar das dúvidas dos historiadores sobre a intenção séria da convenção de seguir tal rumo — isolaram ainda mais o partido. Este acontecimento contribuiu fortemente para o declínio do Partido Federalista, levando ao seu eventual desaparecimento do cenário político nacional.