
Após a Guerra Civil Finlandesa em 1918, a Finlândia emergiu como uma república, escolhendo um caminho democrático apesar das profundas divisões. Embora o parlamento inicialmente tenha votado pelo estabelecimento de uma monarquia, nomeando o príncipe alemão Frederico Carlos de Hesse como rei, a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial tornou este plano inviável. Em 1919, Kaarlo Juho Ståhlberg foi eleito o primeiro presidente da Finlândia, consolidando o seu estatuto de democracia capitalista.
Reforma Agrária e Sociedade
Na década de 1920, a Finlândia passou por reformas agrárias significativas destinadas a desmantelar grandes propriedades detidas pela nobreza e a redistribuir terras aos camponeses. Isto criou uma classe de pequenos agricultores que se tornaram fortes apoiantes da nova república, ajudando a estabilizar o país.
Diplomacia e Relações Internacionais
A Finlândia tornou-se membro da Liga das Nações em 1920, estabelecendo a sua posição internacional como uma nação recentemente independente. Uma importante questão diplomática surgiu nas Ilhas Åland, uma região de língua sueca que pretendia juntar-se à Suécia. A Liga das Nações resolveu a disputa, concedendo à Finlândia a soberania sobre as ilhas, mas também concedendo-lhes um estatuto autónomo, permitindo aos residentes preservar a sua língua e cultura.
Política e Extremismo
A tensão política permaneceu elevada após a guerra civil. Em 1929, o Movimento Lapua, um grupo protofascista e ultranacionalista, ganhou popularidade ao capitalizar o sentimento anticomunista. No entanto, após uma tentativa de golpe de Estado em 1932, o movimento foi banido e os seus líderes foram presos.
Relações com a União Soviética
A relação da Finlândia com a União Soviética estava repleta de tensões fronteiriças, mas o Tratado de Tartu em 1920 resolveu algumas questões. A Finlândia ganhou Petsamo, mas desistiu de suas reivindicações sobre a Carélia Oriental. Apesar disso, as relações com os soviéticos deterioraram-se na década de 1930. Os radicais finlandeses que se mudaram para a Carélia soviética para construir uma sociedade socialista foram em grande parte executados durante os expurgos de Estaline. No final da década de 1930, a União Soviética impôs restrições mais rigorosas à Finlândia, incluindo o bloqueio da navegação finlandesa entre o Lago Ladoga e o Golfo da Finlândia.
Depressão Mundial
A Grande Depressão da década de 1930 teve um impacto profundo na economia da Finlândia. Tal como muitos países, a Finlândia enfrentou uma forte recessão económica à medida que o comércio global entrou em colapso. Os preços da madeira, do papel e da madeira, que eram as principais exportações finlandesas, despencaram, levando ao desemprego e a dificuldades económicas generalizadas. A indústria finlandesa, especialmente na silvicultura e na indústria transformadora, dependia fortemente das exportações e o declínio da procura internacional prejudicou significativamente a economia.
Em resposta, o governo finlandês implementou medidas de austeridade e procurou reduzir a despesa pública, embora estas medidas tenham sido insuficientes para compensar os efeitos da depressão. A recuperação foi lenta, mas o forte sector agrário da Finlândia ajudou a amortecer o golpe, uma vez que grande parte da população rural permaneceu auto-suficiente na produção alimentar.